A Educação atual e o impacto nas empresas

Estou fazendo o curso de Certified Exponential Leader que abordou um assunto bem relevante em relação a educação atual e o sucesso das empresas. Vou compartilhar com vocês.

Um pouco de História

A configuração de ensino que conhecemos hoje é um resquício da época da Revolução industrial, onde estrutura hierárquicas eram responsáveis por pensar e controlar as fábricas.

A mão de obra deveria ter educação apenas para ser capaz de ler manuais (regras/instruções) e entender os painéis das máquinas, para poder executar.

Ou seja, a educação formal era pensada na idéia de formar operadores, que fariam a mesma tarefa por muitos anos.

Ensino hoje

E ai estão as escolas como conhecemos hoje, fábricas de mão de obra. Sala de aula modelo hierárquico onde o professor vai passando informação e os alunos ouvindo. Uma nota ruim pune o aluno que foi mal na prova.

Sucesso é entrega, ou seja, a pessoa formada é sucesso, depois essa pessoa vai para o mercado de trabalho só para executar o que aprendeu.

A Educação atual influencia as empresas

O modelo de ensino atual, advinda da revolução industrial é que alimenta o modelo de gestão das empresas.

Bebemos ainda hoje do repertório de Taylor e Fayol. Taylor acreditava que uma boa administração advinha de olhar para as tarefas que estavam sendo feitas e como estavam sendo feitas. E  Fayol desenhou e definiu uma organização linear, formal e bem hierarquizada, a famosa pirâmide de Fayol.

  • Mas será que com as empresas com seus grandes números de times, vai funcionar esse modelo de gestão com algum grande líder pensando e mandando executar? 
  • Esse líder vai ser capaz de lidar com todo esse universo de disrupção que vivenciamos hoje?
  • É ideal esse líder ser o gargalo ao pensar em todas as ideias e ao tomar todas as decisões?

Ter alguém mandado executar não possibilita aprender.

A forma que aprendemos hoje não é natural. Adultos aprendem muito melhor fazendo, fazer é uma forma de aprender.

Se as pessoas não aprendem, não trazem novas soluções disruptivas, para obter novos resultados, além daqueles já estabelecidos e atingidos anteriormente. E dai vem as principais problemas conhecidas nas empresas.

Dores atuais das empresas para cada camada da pirâmide de Fayol:

  • Camada executiva: Por que as pessoas não assumem o protagonismo, por que tenho que microgerenciar, porque não trazem os resultados?
  • Camada operacional: Por que não me dão autonomia, por que não entendo que faço o melhor que posso, por que me cobra por uma coisa e me cobra por outra?
  • Camada Média gestão: só fazendo comando e controle e medo de ser extinto.

Como ajudar a resolver o problema?

Através de uma Visão Sistêmica, a gente já reconheceu os padrões comuns de comportamento desse sistema, recorrentes da dinâmica organizacional, reflexo da nossa forma de educação atual: hierarquia comando e controle, liderança que diz o que e como fazer, foco na execução de tarefas, penalidade quando algo da errado e etc.

Então segue abaixo os pontos de alavancagem, que nada mais são, que mudanças que podem produzir grandes melhorias no sistema todo. A ideia é inverter a pirâmide de Fayol e direcionar o real trabalho que cada camada deve fazer.

Operacional vai para o topo: são os profissionais que fazem (no gemba) é que tem que pensar em como resolver o problema através de suas as ideias e testar hipóteses para trazer a solução. Essas pessoas tem que aprender o tempo todo.

Tático: Fomentar o aprendizado, conectar as pessoas e cuidar do sistema. Gerir o trabalho e desenvolver as pessoas.

Estratégia vai para base: guia, traz o porque,  o propósito, o impacto desejado, o espaço que a empresa quer ocupar no mercado, o resultado esperado… devem fomentar que as pessoas tragam os problemas que impedem isso, para poder ajudar com a resolução.

Mais problemas

Na maioria das empresas qual a estratégia se costuma presenciar? Você se depara com os seguinte Business plan:

  1. passo ->produtos e projetos 
  2. passo ->????? 
  3. passo ->lucro  

Não se sabe qual é o passo 2, ou seja, o que fazer para gerar os lucros. Não sabe o propósito, ou o porquê conforme o livro do Simon Sinek. Algumas empresas sabem o que fazem e como fazem, mas não sabem porquê fazem.

A solução

No Business plan que deveríamos ver nas empresas, o passo 2 tem uma resposta clara a pergunta: por que as pessoas vão te dar dinheiro e qual impacto a empresa vai gerar em troca desse dinheiro?

Exemplo: Eu quero ser o banco digital mais amado do Brasil. Então quais métricas fazem eu ser esse banco??? Precisa definir o target de métricas especificas onde o lucro é consequência, e tornar transparente a todos da organização.

Dessa forma, passar a gerir em busca de resultados, ao invés de execução de projetos e produtos. Ou seja, sair do modelo de educação industrial apresentado nesse artigo.

Passar a cobrar resultados leva as pessoas a ter que aprender, porque elas estarão lidando com hipóteses que precisam ser validadas.

Em suma, incentive: Ciclos curtos de aprendizado e foco em resultado; desenvolver pessoas para lidar com o desconhecido; criar ambiente seguro para teste e erro; dar transparência de objetivos, resultados e governança; trabalhar a motivação intrínseca.

Dessa forma se cria um sistema que aprende, aprendizagem contínua na organização! Mindset de crescimento!

E por que preciso criar um sistema que aprende, qual sentido disso?

Quando uma empresa entrega um produto disruptivo, ou atinge uma meta ou tem algum sucesso, e abraça uma fatia de mercado e tal, isso não dura para sempre, isso é momentâneo.

O mercado continua se movendo e em alguma hora vai te deixar obsoleto novamente. O mercado muda, os concorrentes reagem, as tecnologias mudam etc. Nesse momento a empresas já tem que ter mais três novos sucessos em linha para soltar, para não ser engolida.

E de onde vai sair essas novas alternativas bem sucedidas? De toda aquela aprendizagem obtida no caminho percorrido até o atingimento daquele resultado já alcançado.

Em conclusão: Aprendizado Exponencial = Resultados Exponenciais.