A gestão sabe sobre Papéis e responsabilidades de um Agilista?

Eu faço parte do capítulo de agilidade e atendo uma área da empresa que estava a um tempo sem AMs. Assim que o nosso time de AMs se formou e se estabeleceu, nos preocupamos de evitar achismos e partimos para uma dinâmica com gerente e coordenadores sobre papéis e responsabilidades.

Muito importante informar a você leitor, é que tínhamos em mãos a definição da empresa sobre o trabalho de um AM e super concordávamos com ela, mas precisávamos saber da gestão, se o entendimento deles sobre o papel estavam em conformidade com as nossas e com as da empresa.

Responderíamos a possíveis dúvidas: há um alinhamento sobre papéis e responsabilidades dos AMs e estamos empoderados para trabalhar com o que de fato precisamos trabalhar? Estamos em um ambiente veradeiramente seguro? Ou seja, conforme imagem abaixo, estamos no quadrante que precisamos estar?

O desafio de analisar a maturidade ágil de uma empresa « Plataformatec Blog

Sobre a dinâmica, fizemos bem simples porque com a gestão precisamos fazer abordagens bem enxutas para não tomar muito tempo, deve ser bem objetivo.

Em suma, em um EasyRetro colocamos 2 colunas: O que um AM É e faz e o que um AM não é e Não faz. Demos um timebox para preencherem e ao término lemos e comentamos e conversamos sobre os cards todos juntos agilistas e gestão.

O resultado foi que todos da gestão estavam muito alinhados com as definições de Papéis e responsabilidades. Então estávamos em um ambiente propício para cultura ágil. Percebemos claramente que estávamos em um ambiente SEGURO.

Ai alguém pergunta, mas Jac, não era mais fácil perguntar a eles, se sabiam qual era o trabalho de um AM?

Respondo minha gente:

Eu já passei por times onde eu fazia esta pergunta e a resposta era que sabiam qual era o trabalho de um agilista. Depois com o decorrer do tempo eu ia percebendo que as pessoas achavam que sabiam. E com gestão não é diferente.

E isso vai causando transtorno ao longo da caminhada, porque as pessoas vão esperando de nós coisas que não estão na nossa alçada, provavelmente também não vamos entregar os resultados que deveríamos entregar, porque estamos ocupados com atividades que o agilita não deveria estar fazendo.

E se o resultado da dinâmica apresentar um resultado não tão bom?

Se você identifica sua realidade no início da jornada, você pode se preparar para ao longo prazo, poder realizar uma mudança de mindset, atuando com consciência do cenário atual e da sua situação.

Mas atenção, quando se fala em mudanças de pensamento, devem ser evolutivas e não revolucionárias. Busque ajuda de pares ou do agile coach da sua área, ou seja, faça o máximo de aliadas para ajudar nessa missão. 

Está ai a sua oportunidade de atuar como agente de mudanças evoluindo sua área para True Agile, fazendo melhoria contínua, trazendo resultados considerados já que estará atuando em uma alavanca que trará benefícios sistêmicos.

Um ponto importante, é saber se você tem abertura para fazer uma dinâmica com a gestão, porque isso depende muito da cultura da empresa e de maturidade. E se não for possível fazer, você ficará por conta do seu feeling ao longo da jornada, e talvez já tenha ai um primeiro sinal amarelo no seu radar a ser considerado.

Em conclusão, se for possível, use essa abordagem, pois serve para qualquer papel como SM, Agile Coach etc, e pode ser aplicada no nível tático (gestão) e/ou operacional (time) para identificar o que esperam do seu trabalho. Alinhe expectativas o quanto antes e seja mais assertivo na sua caminhada.

Informações sobre a autora: Jacqueline Viana é Agile Master por amor.

https://www.linkedin.com/in/jacqueline-mba-e-pmp