Adquirindo mais experiência com Ágil remoto
Definitivamente vamos ficar muito tempo nesse formato de trabalho que eu chamo de ágil remoto. Então, agora com um pouco mais de experiência, já estando mais ou menos 6 meses nessa empreitada, venho compartilhar alguns aprendizados com vocês: tanto comportamental como ferramental.
Saibam que eu estou em um contexto desafiante de mudança de empresa, de time e de cliente em plena pandemia com um trabalho 100% remoto.
Sala Virtual, questão polêmica
Usamos uma ferramenta com o Time que tem a opção de comunicação via post, meet e chat. Então, todos os dias, o primeiro integrante a entrar, abre a sala do time (iniciando a Meet) e o último a sair encerra. Ficamos nessa sala (Meet) durante o dia e por ela nos comunicamos via áudio e/ou chat.
Quando eu cheguei no time já era assim, e meu lema é: eu não chego na casa dos outros mudando tudo. Eu me enquadro nos processos existentes e vou analisando para entender se funcionam e qual as necessidades estão sendo atendidas.
Essa é uma tática para não ser rejeitada. Depois, caso haja necessidade, quando eu já tiver a confiança dos profissionais, eu trabalho em instigar o time a propor novas soluções.
Na minha percepção, até o momento, todos estão a vontade nesse formato. Os profissionais saem e entram na sala quando necessitam, seja para ir a outra reunião, seja para trocar informações com alguma pessoa externo ao time ou para fazer algo particular.
Além disso, não há camera de vído ligada na sala durante o dia, então é baseado na confiança, não tem ninguém vigiando o trabalho de ninguém.
Sem Vídeo maiores são os desafios
Diferente do time anterior, esse time atual, não usa vídeo ligado, nem para resolver assuntos no dia a dia e nem nas as cerimônias SCRUM.
Isso é um dificultador, pois eu não tenho o recurso visual onde eu possa ver a gesticulação e as espressões faciais. Eu tenho que me ater somente ao discurso e ao tom de voz das pessoas para tentar entender os problemas e a amplitude de cada um deles.
Igualmente nas relações entre o time, se havia algum tipo de dificuldades de um membro do time de entender o outro colega antes, isso pode aumentar agora no trabalho remoto.
Outro ponto, que eu como facilitador, hoje não posso usar a minha linguagem corporal para alcançar a mesma persuasão nas interações pessoais.
Assim também, se houver alguma situação não declarada pode ser mais dificíl identificar, como por exemplo: algum desentendimento entre membros, alguma situação que alguém esteja tentando resolver sozinho mas que ja é hora de compartilhar, alguma insatisfação etc.
Da mesma forma, tem a questão do humor, se as pessoas não se expressarem de forma verbal ou escrita, logo, eu terei de identificar se esta todo mundo bem somente pelo recurso da voz.
Eu sou nova no time, e terei de conhecer e criar relações de forma remota, que é mais demorado, e sem vídeo é ainda mais difícil.
Como eu faço para resolver essas questões?
Definitivamente, conversar e OUVIR sempre, pois são as melhores ferramentas para criar relações, assim como, manter e promover a transparência, a empatia e a autogestão dos profissionais.
Em síntese, para amenizar o trabalho de forma remota, dar autonomia aos membros do time é a melhor forma de substituir o olho no olho.
Ainda na linha de criar relações, frequentemente, promover oportunidades ou apoiar os membros do time fazerem uma social no meio do dia batento papo como se estivessemos no cafezinho e participar, interagir e brincar.
Isso ajuda com o humor das pessoas, mas também existem dinâmicas que eu aplico para isso. Posteriormente, escrevo sobre isso na sessão Sprint Retrospectiva.
Cerimônias Scrum
Daily
Primeiramente, eu trouxe para o virtual uma dinâmica para saber se o time atingirá o objetivo da Sprint, só que em um formato adaptado, com o intuito de melhorar a comunicação, segue abaixo:
Após o desenvolvedor se expressar respondendo as perguntas da daily, ele deve pontuar de 1 a 5 o sentimento de atingir a meta da Sprint e se justificar, um de cada vez.
O resultado é que assim como na dinâmica presencial, podem surgir questões que passaram despercebidas. Com essa informações valiosas nas mãos podemos tratar e trabalhar para que o objetivo da Sprint seja atingida.
Para saber mais, existe um artigo detalhado aqui no Blog sobre essa dinâmica:Como saber se o time atingirá o objetivo da sprint?
Sprint Planning e Sprint Review
Visto que nossa Sprint é de uma semana, fazemos as três cerimônias em uma única tarde e nessa ordem: a Sprint Review, Sprint Retrospectiva e Sprint Planning. Realizamos compartilhando a tela da ferramenta que usamos.
Para S. Planning e S.Review usamos uma ferramenta que é similar ao Jira. Vamos discutindo verbalmente enquanto a PO reflete na ferramenta.
Sprint Retrospectiva
Para a Sprint Retrospectiva eu uso : https://www.funretrospectives.com/. Apesar de simples, com ele eu crio boards on-line de forma fácil e eficiente.
Começo utilizando o funretrospectives – One word para sintetizar o sentimento sobre a Sprint passada. Já da uma bom conteúdo para as discussões que virão.
Depois eu uso o funretrospectives – Happiness Radar quanto a processos, pessoas e ferramentas . Lembra que falamos acima sobre dinâmicas para ajudar a medir o Humor? Essa é uma delas.
Nesse momento de pandemia, mais do que nunca, é importante ter essa medição sendo acompanhada de perto para ver como está a felicidade do time. É um recurso para ajudar a identificar alguma variação de humor e poder tratar. Também pode gerar conteúdo para discussões.
Depois eu utilizo o funretrospectives – Worked wel, Kinda Workede didint Work para mapear o que funcionou e não funcionou. Atenção que eu edito o Kinda Worked para Combined, para servir de plano de ação. Após preenchido, também com embasamento das dinâmicas anteriores, fazemos as discussões e preenchemos os combinados (plano de ação).
Importante
Nós SM estamos utilizando o trello para cadastrar e acompanhar impedimentos e bloqueios de cada time, de forma que todos tenhamos visibilidade dos problemas e formas de ataução/resolução que cada um. È uma ótima fonte de consulta quanto a problemas similares. Lá encontramos nomes, telefones e os caminhos percorridos pelo colega.
Concluindo, eu contei mais um pouquinho sobre como esta sendo a minha experiência com o Ágil remoto, espero que ajude vocês de alguma forma.
Informações sobre a autora: Jacqueline Viana é Scrum Master e é apaixonada por agilidade.