Microgerenciamento Reverso no ágil?????
Definitivamente, você deve estar pensando, “Jacqueline está mesmo citando essa palavra tão evitada no contexto Ágil, Microgerenciamento?”
Éeeeeee meus amigos agilistas, a princípio, nós todos repudiamos essa palavra, pois os times são auto- gerenciáveis e auto-organizados.
De antemão, eu vou escrever um pouco sobre o que é o papel do Scrum Master e depois o que tem haver com Microgerenciamento reverso.
Um Scrum Master é:
- Um guardião do framework e deve garantir que o que está definido aconteça, bem como, nas cadencias previstas no guide.
- Um removedor de impedimentos. E please, preguiça de algum membro do time em fazer ligação para resolver um bloqueio, não é impedimento, ok? Ainda mais, que o SM tem que incentivar a auto-organização.
- Um líder servo que deve prestar serviços ao time como: facilitação de negociações, facilitação de tomada de decisões, consultoria de ferramentas ágeis, faciltação de eventos, etc.
- Um apoiador do Product Owner para ajuda com Product Backlog e com os stakeholders.
- Uma blindagem do time contra interferências externa que possa atrapalhar atingir o objetivo da Sprint.
- Um Psicólogo, lembra da escuta ativa????
- Um Desenvolver de profissionais.
- Entre outras coisas
Lição Aprendida:
Essa descrição ai em cima, nós já sabemos bem. Mas definitivamente, o que eu venho percebendo na minha caminhada como Scrum Master, é que, alguns times, não conseguem entender, de fato, o que um Scrum Master faz, no dia a dia. O trabalho de bastidores sabe? Afinal, como essa galerinha acha que a gente blinda eles?
Logo, imagina essa cena: “Time vocês não sabem, mas nesse momento vocês teriam o maior estresse por que fulaninho está surtando lá por conta disso e disso e disso…. mas eu como SM contornei a situação, falei com papa, com madre Tereza de Calcutá e está resolvido, foi um stress só, bla bla bla.”
Genteeeeeeeee, nesse caso aí acabou a blindagem, o SM resolveu o problema, mas já que está contando o que houve, já estressou o time de qualquer jeito e perturbou o bom andamento da Sprint.
Mas ainda assim, amigo Scrum Master, precisamos além de adquirir a confiança do time, tornar transparente as iniciativas em prol do projeto. Então, eu inventei o termo:
“Microgerenciamento reverso”
Que é isso? Na verdade, é o Scrum Master trabalhar, de forma que, o time possa acompanhar o trabalho feito por ele.
Ahm?????????? Mas por que?????? Queria ver seu rosto agora!!!!!
Primeiramente, se o time estiver em formação, ainda não estarão na fase onde as pessoas conhecem o trabalho uma das outras, inclusive o do SM. Ou, se o time já existia, e você chegou depois, por qualquer motivo, vixe, pior ainda, vai por mim.
Segundo, que de qualquer forma a transparência é um pilar da Agilidade, e é legal o time poder acompanhar o desenrolar das coisas, de forma fácil e ágil, para tomar decisões com maior facilidade.
Terceiro, que o time tem muitas atividades para se concentrar, então muitas coisas que são faladas por nós SM ficam na memória de curto prazo das pessoas. É um tal de:” eu não lembro disso, eu não escutei isso, etc.”
Como faço Microgerenciamento reverso?
Em síntese, eu não estou reinventando a roda, na verdade, o que eu apelidei de “Microgerenciamento Reverso” nada mais é, que colocar bem grande e visual, na parede, todos os passos do Scrum Master na Sprint, com o que, data, desfecho e o que mais achar necessário. Em conclusão, colocar em prática a famosa facilitação Visual.
Vou dar exemplos práticos, coloque as questões do tipo:
SM criou grupo de Whatsapp do time com a equipe responsável pela API para tratar questões técnicas de API;
SM fez ligação para o cliente para reforçar que assuntos de escopo sejam tratados com o PO para que o mesmo possa entender e priorizar;
SM enviou e-mail solicitando massa de dados; A massa de dados chegou data tal;
SM foi ao cliente no dia e horário tal se reunir para discutir tais assuntos que esta na dependência interna deles;
Coloque também agenda com as datas mais importantes;
Coloque métricas dos impedimentos, ou de outros tipos, também visual;
Coque o Plano de ação da retrospectiva;
Objetivo da Sprint;
Fluxos;
E o que mais julgar importante.
É só isso?
Não!!!!! imediatamente, logo após a daily, chame a atenção do time para o quadro, e aponte os assuntos mais novos e importantes, dependendo do contexto, e faça uma bem breve explicação.
Da mesma forma, o que não pode ser esquecido, como alguma data importante por exemplo, você aponta para o quadro, e repete dia após dia, para que a informação vá para a memória de longo prazo das pessoas.
Enfim, lembrem-se, no ser humano, a visão prevalece com 87% sobre os outros sentidos, na aprendizagem e absorção de informações.
Em síntese , vai por mim amigos, a gente na rotina corrida, vai resolvendo as coisas, e esquecendo de deixar transparente algumas ações para o time.
E é confortável para eles, simplesmente levantar o olhar, quando tiverem alguma dúvida, e ter visualmente, o como algumas questões estão indo, ou não estão indo. Isso deixa o time mais independente e facilita a auto-organização.
Definitivamente, essa abordagem ajuda na união, na colaboração e no seu pertencimento no time..
Ah!!!!! mas é claro que o termo que eu escolhi foi horrível “Microgerenciamento reverso” mais chamei sua atenção não foi? Passou o susto?
Em conclusão, com esse artigo eu te dei a possibilidade de aprender com minha vivência, espero que goste, e que a dica seja útil.
Até o próximo artigo!
Informações sobre a autora: Jacqueline Viana é Scrum Master na Concrete Solutions, e é apaixonada por agilidade.
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Obrigado por compartilhar sua experiência, abraço !
Eu que agradeço!
Nossa que demais Jac, obrigado por compartilhar! Eu mantenho um board no trello de tudo que ta no meu radar como SM talvez eu só precisa-se dar acesso ao time desse board e já teria um resultado legal! Parabéns 🙂
Obrigada.É uma ótima ideia. No meu caso aqui, eu prefiro Visual mesmo! Cada time e empresa tem suas particularidades e necessitam uma abordagem diferente. Tenta identificar o que melhor funciona ai. Boa sorte!!
Excelente artigo e exemplo. Gosto muito quando a exposição da ideia vem acompanhada de um relato da prática da mesma. Eu defendo que o Scrummaster deve ser um membro da equipe (e que o seu papel deve ser rotativo entre os membros da equipe, mas reconheço que isso requer um certo nível de maturidade de todos) e que suas atividades devem ser relatadas, junto com os demais, na reunião diária. Não tinha pensado (até esse teu artigo) em explicitar as atividades “extra-backlog” em um quadro. Gostei especialmente porque isso pode servir de elemento de aprendizagem na formação de novos Scrummasters na equipe.
Obrigada, essa abordagem deu certo para mim, e resolvi compartilhar com a comunidade, por que eu penso que pode ajudar os profissionais.