Product Owner e Entrega de valor

A princípio, para passar o entendimento sobre o Product Owner e entrega de valor, imediatamente eu resolvi apelar para facilitação Visual, o velho e bom: quer que eu desenhe?

Bonecos do Blog The Liberators

Em suma, o time entrega aquilo que o PO prioriza, se ele priorizou bem o cliente recebe o benefício. Se não, recebe algo de baixo valor agregado e pouco importante.

Em síntese, obtendo dados e fatos, é possível priorizar através da descoberta de VALOR, utilizando as seguintes perguntas:

  • Está havendo quantidade de dados em excesso recentemente? Quanto? Qual motivo? Esta pagando mais caro por espaço na nuvem por conta disso?
  • Está havendo quantidade de dados em falta recentemente? Quais processos estão sendo prejudicados? O que estamos perdendo com isso?
  • Houveram Multas ou qualquer perda financeira recentemente? Qual valor e durante quanto tempo?
  • Existe tempo ocioso ou perdido com retrabalho ou espera atualmente? Quanto tempo ocioso?Qual motivo? Qual a perda financeira ligada a esse retrabalho?
  • Existe gasto de material como papel etc, que afete a sustentabilidade da empresa hoje? Qual quantidade? Qual motivo? Quanto tempo? Qual o gasto financeiro com esse material hoje?
  • Há registro de algo que tenha afetado a Imagem da empresa recententemente? Onde esta o registro? Quantos são? Exitem processos judiciais decorrentes?
  • Existe um Custo de atraso da não implantação da demanda hoje? De quanto? Por que?
  • Qual a receita hoje? Existe uma Potencial de geração de Receita com essa demanda? 
  • Quanto gastamos hoje? Existe uma Potencial Geração de Economia com essa demanda?
  • Qual a Criticidade para o negócio? O que acontece se não implantar essa demanda? Quanto deixamos e ganhar?
  • Existem riscos envolvidos na não implantação da demanda? Quais?
  • Existe a possibilidade de aumentar a representatividade da empresa como essa demanda? Onde podemos mensurar a representatividade de hoje?
  • É uma ferramenta para aumentar o números de vendas no produto X? Quantas são as vendas hoje?
  • Essa demanda possibilita trazer mais clientes para a empresa? Quantos temos hoje sem a demanda?
  • É para atendimento a auditoria ou órgão regulador? Qual a lei? Qual foi a última e qual problema reportado? Houveram multas? qual valor?
  • É algum tipo de inovação onde os riscos serão assumidos quanto a perda ou ganho? Onde está formalizado isso?
  • Existe algum concorrente que tenha algo parecido que está gerando resultados diferenciados? Quais concorrentes? Quais os resultados?
  • Existe algum concorrente que não tenha algo parecido, e poderemos gerar resultados diferenciados deles? concorrentes? Quais os resultados?
  • Existe alguma pesquisa de mercado que demonstre um possível retorno desse investimento?
  • Etc,

Da mesma forma, obtendo esses dados e fatos, é possível descobrir o Valor REAL da demanda:

Enfim, logo após o desenvolvimento e implantação de uma demanda, deverá haver uma medição por um período curto de tempo, afim de obter novos dados que poderão ser comparados com os dados do cenário anterior, que foi levantado pelo PO através das perguntas. Dessa forma, o time Scrum consegue demostrar o real Valor atingido após o trabalho.

Imediatamente vou compartilhar duas variações de cenário que eu vivi:

  1. O time é do próprio cliente e a priorização é feita pelo método dos Decibéis. Não entendeu? O cliente, que é interno, que gritar mais alto coloca a necessidade na frente, ou seja, quem tem mais “poder” tem a sua demanda priorizada e o PO é um mero tirador de pedido. A princípio o PO não faz o trabalho necessário levantando perguntas para obter fatos para uma priorização baseada no maior valor a ser entregue, ou se faz, definitivamente, não tem uma cultura empresarial que propicia ouvir os argumentos baseado nos dados levantados.
  2. O time é externo de uma consultoria, e é necessário que a priorização seja muito bem feita, Em conclusão, é preciso demostrar o retorno do investimento feito (ROI), pois o valor entregue deve superar o valor investido na consultoria, porque tem que justificar a contratação realizada. De antemão, nesse item temos uma variante, o PO pode ser da consultoria ou do cliente. Eu já tive time nos dois formatos.

Dessa forma, vou descrever as duas variações do item 2:

  • O time é de uma consultoria inclusive o PO. Dessa forma funcionou bem por que teve uma parceria muito boa entre o cliente e consultoria. Primeiramente o PO, eu SM e os membros do time tínhamos acesso a diversos setores do cliente, para tirar dúvidas, fazer alinhamentos etc. Bastava fazer uma ligação e agendar o melhor horário para todos. As vezes ligávamos de manhã e a tarde já eramos atendidos. Além disso, o PO tinha a liberdade de priorizar por valor e tinha atenção e total consideração do cliente, e não é com qualquer cliente que é possível ter uma relação de abertura assim.
  • O time é de uma consultoria e o PO era do cliente. Definitivamente tivemos dificuldade inicial na priorização por valor. Afinal o PO tinha pouca experiência e apenas ia trazendo as demandas. Foi um trabalho árduo, mas consegui que depois de alguns meses, o PO começasse a fazer as perguntas certas, além de pesquisar amostragem de dados que sirvam de parâmetro para priorização. Assim mostramos o potencial resultado para o negócio (VALOR) da demandas, assim como o Resultado real de valor após implantação. Tivemos uma demanda que sozinha pagou o valor do projeto, fora todas as outras que foram atendidas. Isso faz o time ficar confortável para trabalhar, é uma sensação de dever cumprido tanto para o cliente como para a consultoria para o qual trabalha.

Em suma, nesse artigo eu escrevi um pouco sobre métricas de Negócio sem dar nome aos “Bois”. Meu foco é mostrar que o time Scrum entrega de forma eficiente algo eficaz se houver um trabalho profundo do Product Owner sobre descoberta de valor. De outro modo, o time Scrum irá entregar baseado na sorte. algo que pode ou não trazer valor naquele momento.

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Informações sobre a autora: Jacqueline Viana é Scrum Master e é apaixonada por agilidade.

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